ANGELA CADA VEZ MELHOR

Minha foto
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Sou psicóloga há 34 anos ,nas áreas de RH, Psicoterapia e Regressão. Também sou professora . Sou questionadora... inquieta... um vulcão (às vezes adormecido)... sujeita a chuvas e trovoadas . Busco,incessantemente, continuar voando porém com os pés no chão..... O que mais amo fazer e faço com muito prazer é VIVER!!!!! Estou agora incrementando meus dons artísticos e criando muita coisa linda!!! Vendo tudo!!!!! Se quiser saber mais... é só perguntar!

domingo, 21 de abril de 2013

Freud e a pulsão de morte... medos



Pulsão de morte’ é uma idéia muito simples - e verdadeira. O desejo de viver e se realizar na vida encontra muitos obstáculos na própria vida. A vida é cheia de frustrações que impedem que a vida dentro de nós se realize plenamente. Frente a isso, a mente entra em contradição: Se a vida é um obstáculo à própria vida, então é preciso acabar com a vida para que a vida se realize. Dessa forma, a pulsão de morte não representa nada mais que uma forma da pulsão de vida, e vice-versa. Afinal de contas, porque alguém desejaria morrer senão para acabar com todo o sofrimento e os obstáculos que impedem a realização do desejo de viver?

Mas, a contradição vai ainda mais longe: Se por um lado a pulsão de morte é uma das formas da pulsão de vida, por outro entra em conflito com ela. Se os obstáculos da vida tornam a vida difícil, a morte torna a vida simplesmente impossível. Assim, a contradição entre pulsão de vida e pulsão de morte faz com que o desejo de morrer apareça geralmente na consciência como medo da morte. O desejo de morrer representa uma ameaça ao desejo de viver; e como o desejo de viver é preponderante, o desejo de morrer se torna consciente como medo de morrer.


O mesmo ocorre com outros medos. O medo de ser traído pelo parceiro amoroso é um bom exemplo. A solidão e o desamparo que nunca deixam de estar presentes mesmo nos relacionamentos amorosos mais perfeitos faz com que o relacionamento se torne um obstáculo ao próprio relacionamento - ou um obstáculo à realização daquele relacionamento ideal e perfeito que todos desejam, mas que não existe na realidade. E o conseqüente desejo contraditório de acabar com o relacionamento para que o próprio relacionamento se realize, quando não é devidamente reconhecido como tal, acaba sendo projetado no parceiro como um desejo dele em nos trair e acabar com tudo. O medo, nesses casos, pode ser tão grande e se tornar tão real, que é a própria pessoa quem acaba traindo o parceiro - antes que ele possa fazer o mesmo com ela. É o desejo de se relacionar que, em contradição consigo mesmo, acaba com o relacionamento que deveria realizá-lo.

O fato de que nós desejamos profundamente tudo o que tememos pode ser deveras desconcertante. Em alguns casos, esse fato é evidente. Algumas  pessoas conseguem ter plena clareza de que seu medo de alturas se deve ao desejo irresistível de se atirar em queda livre. O medo é conseqüência da luta contra o desejo de pular e da contradição dele com o desejo de permanecer em terra firme. Outras pessoas também conseguem ter consciência clara de que o medo que sentem de falar em publico e se expor é, no mínimo, proporcional ao desejo de falar e se exibir. Mas, o que dizer do medo de se ferir, física e emocionalmente, ou do medo de fracassar? O que dizer do medo de ver nossos maiores sonhos ruirem, ou de perdermos as pessoas que nos são mais queridas? Nesses casos, geralmente as coisas não são fáceis. O mais difícil é responder a questão: Por que eu seria capaz de desejar tudo isso? Muitas vezes, encontrar uma resposta a essa pergunta exige um grande esforço analítico, e faz necessário o auxílio de um psicólogo.

Não se esqueçam e reflitam:
Quanto maior é nosso medo e nosso desejo de não pensar nele, com mais força ele insiste em aparecer na nossa cabeça. Pois, quanto maior o medo, maior o desejo inconsciente de que ele se realize, e um desejo insatisfeito nunca nos deixa em paz.

Adaptação do texto de G.Daniel



Nenhum comentário: